segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Nudez

Sei que devo ficar quieta. E fico. Mas quieta não é a minha natureza. Prendam-me os braços, amordacem -me se quiserem. Ficarei calada, imóvel, estática, mas a minha cabeça não conseguirão prender. O meu pensamento não mo conseguirão arrestar, é apenas meu e livre, e sendo livre, leva-me até onde eu quero. Ah! E se eu quero...mas tudo o que eu quero, não encontro, porque és tu quem o guarda. És tu quem melhor o guarda. Porque sabes que apenas assim aprisionado se encontra a salvo. E ambos queremos que seja desta forma. Não escolhemos, mas foi assim que decidimos. E a tomar decisões somos razoáveis. Somos os responsáveis das nossas decisões e vivemos sob as consequências que delas resultam. Para viver é preciso saber dar de comer à dor. E dor não nos falta, mas é também ela que nos dá força e coragem, para sorrir ao acordar.
Hoje li uma frase que resume na perfeição o nosso estado. Pessoa deve ter escrito a pensar em nós, certamente. 
«Eu gosto tanto de ti que tenho vergonha de mim. Há todas as razões boas para eu não gostar de ti, menos a de eu não gostar, porque gosto. É fantástico a gente sentir o que não quer e ter um coração independente.» Fernando Pessoa.
@Maça de junho

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