quinta-feira, 5 de abril de 2012

O livro infantil


  



Existe um dia do livro infantil. Para mim todos os dias são dias de livros, e se forem livros infantis serão dias ainda mais risonhos. Porque nos livros infantis há o sonho e quando sonhamos escrevemos o final que mais desejamos, e o sonho realiza-se. As histórias começam quase sempre com "era uma vez..." e logo aí há suspense, emoção e sonho. São povoadas de fadas e de duendes, de bruxas e de malvados, mas estes terão sempre um castigo e aqueles a recompensa merecida. Nos livros infantis, as flores falam e dançam, as gotas de orvalho ouvem e dão conselhos, nas estrelas vivem os nossos amores e à noite o seu brilho são beijos nas faces coradas das crianças. Existem sereias e barcos naufragados, mas são todos felizes naquele mar imenso. As aves vivem em harmonia com raposas matreiras e lobos espertalhões. A lua guarda segredos e no cimo das montanhas existem tesouros imaginados. Quando eu era criança chorava ao ler os contos de Grimm, sonhava ser uma menina tão prendada e bondosa quanto a Anita, inventava aventuras quando lia histórias de encantar, procurava um mundo de palavras nos contos, imaginava o mundo à luz de cada uma das histórias.  Já não sou menina, já não sou criança, mas ainda sonho com palavras lidas e ainda invento palavras para me divertir. Talvez seja por isso que quando viajo sozinha com o meu filho o nosso jogo preferido é dizer palavras. Habituei-me a falar com as palavras e elas ouvem-me, e nelas encontro as respostas que procuro e acalmam os meus anseios tal como quando era criança e lia os livros infantis. Adoro ler livros infantis, porque assim posso esquecer-me que já não sou criança.

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