Há pessoas que fazem história e passam por ela sem princípios nem critérios de justiça. Sou grande admiradora de Miguel Sousa Tavares com escritor, além disso, nada mais mostra que se permita admirar. Isto pela sua brilhante intervenção:"Miguel Sousa Tavares salientou, no seu comentário semanal à antena da SIC, que a história construída em torno do ex-presidente do BES “tem duas versões” e que “até agora só vimos uma”.
Não sei qual será a melhor versão, mas sei com cidadã e como contribuinte e pagadora de impostos, qual a versão que mais me agradaria, e essa não existe. Melhor, foi a que existiu quando as avaliações de risco, davam a banca portuguesa como equilibrada, quando as noticias dos jornais económicos afirmavam que o risco da banca estava ultrapassado, pelos aumentos de capital, e pelos empréstimos que tomavam do Estado, aumentando a dívida pública, que depois o funcionário público é chamado a pagar.E o BES, esse continuava a entrar pelas casas dentro, pela publicidade talvez excessiva, mas lucrativa e apetecível para as televisões. A inércia do banco contra a avidez publicitária, a bonomia de um banqueiro que tomava banhos de sol na piscina transbordante de brilho metálico, qual tio patinhas do século XXI.
Atacam-se os fracos e não se enfrentam os fortes, É mais fácil. A hipocrisia social, económica e política é deste mundo que gosta e é nele que vive como se fosse o paraíso encontrado. Por isso a história como todas tem duas faces, mas aquela que se desconhece será mais negra ainda. Cada um na sua vez vai usufruindo deste mundo de mordomias, compadrios, favores, amigalhaços, nunca se descobrindo, mas sempre se encobrindo uns aos outros. “Don’t ask, don’t tell".
E como estão todos de mão dada e quando beneficiam vão dividindo entre todos (os amigos, claro!), agora há o risco sistémico entre a "boa sociedade" nacional, além do banco ser sistémico pelo facto de toda a banca, transversalmente ter adquirido ou financiado ou as duas coisas, o grupo BES. Ou seja temos os ingredientes todos para que nos seja servido de bandeja a fita "dejá vu" do Lehman Brothers, mas com um final diferente, salvo pelo gongo dos impostos e da "mão invisível" do estado. O pior é que os impostos são sempre os mesmos a pagar, e a teoria de Adam Smith, preconizava o estado apenas como garante da ordem e da justiça e o bem comum nascer dos interesses individuais de cada um. Não será fácil para quem mais uma vez terá que financiar um OE que por sua vez vai ser o garante das diatribes e das inércia de alguns, poucos. Abençoados os funcionários públicos e os pensionistas, que mais uma vez aguentarão a fatura sob o jugo e o julgamento com que continuarão a ser beneficiados, ou não fossem uma cambada de malandros, beneficiados. oportunistas, desqualificados (alguém sabe mais epítetos para lhes aplicar?!).
Em dia de aniversário do grande Zeca Afonso
Chamaram-me cigano
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