domingo, 31 de maio de 2015
sábado, 30 de maio de 2015
Voando
Os pássaros voam para lá da janela
E à noite procuram o aconchego dos teus ramos
Livres como a alma dos amantes.
@ Maça de junho
E à noite procuram o aconchego dos teus ramos
Livres como a alma dos amantes.
@ Maça de junho
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Aquilino Ribeiro
Aquilino Ribeiro (1885- 27 de Maio de 1963)
«Romance…!? Se me saiu um romance, aconteceu-me a mesma coisa que a um triste e tosco carpinteiro dos meus sítios, de quem toda a gente zombava, decerto por milagre desenfadado do Espírito Santo: estava a fazer um gamelo para o cão e saiu-lhe uma viola». Era assim Aquilino.
Iniciou-se na escrita publicada com os contos "Jardim das Tormentas" a que se seguiu o romance "A Via Sinuosa". Um dos romancistas mais fecundos da primeira me...tade do séc. XX. Andam Faunos pelos Bosques, A Casa Grande de Romarigães, O Malhadinhas e Quando os Lobos Uivam, são alguns dos seus livros onde os regionalismo e apegos à terra e ao rural, tolhiam pela crueza das vidas que relatava. Sempre sem perder a universalidade dos vícios humanos, as críticas à opressão política e aos fanatismos. Deixou uma obra magistral, saída da sua pena.
O primeiro que li, nos serões invernosos de Trás os Montes foi o "Malhadinhas", mas de todos o que mais me perturbou, ou aquele que para mim reúne maior significado foi "Volfrâmio". Voltei a lê-lo recentemente e fiquei ainda mais apegada ao Aires, o protagonista: «...Foi neste estado de espírito, quase cobardia, que, baixando da serra, entrou no braço de estrada que conduzia à exploração. Por ele fora marchavam isolados e em bandos, com a bolsinha pendurada do pau ou do pulso, homens mais andrajosos que ele no fito de retomar o trabalho, se não ajustar-se. De caminhos afluentes desembocavam mulheres com cestos à cabeça ou o seu molho de tangos, uma almotolia, encomendas das lojas, e entrevia-se nelas estas criaturas plurais que forjicam o bazulaque às maltas, as lavam e remendam, e ainda a tasqueira que abriu à margem da mina a baiuca de vinho, cigarros, petiscos e o resto. Andando, andando, chegou a um dédalo de caminhos, por um dos quais rolavam vagonetas, por outros ia e vinha o pessoal particular dos engenheiros e agentes técnicos, com as vivendas muito senhoris e claras à retaguarda de pequenas platibandas enfeitadas de pelargónios e eloendros.
E, passos adiante, ao salvar a corcova do terreno, descobriu-se o formigueiro humano a seus olhos admirados, repartido em turmas consoante a natureza das tarefas, desprendendo uma barulheira a que era como abóbada o zunzum infernal dos volantes que se não viam.» - Volfrâmio, pág 52 da edição comemorativa do centenário do seu nascimento, Bertrand Editora
Iniciou-se na escrita publicada com os contos "Jardim das Tormentas" a que se seguiu o romance "A Via Sinuosa". Um dos romancistas mais fecundos da primeira me...tade do séc. XX. Andam Faunos pelos Bosques, A Casa Grande de Romarigães, O Malhadinhas e Quando os Lobos Uivam, são alguns dos seus livros onde os regionalismo e apegos à terra e ao rural, tolhiam pela crueza das vidas que relatava. Sempre sem perder a universalidade dos vícios humanos, as críticas à opressão política e aos fanatismos. Deixou uma obra magistral, saída da sua pena.
O primeiro que li, nos serões invernosos de Trás os Montes foi o "Malhadinhas", mas de todos o que mais me perturbou, ou aquele que para mim reúne maior significado foi "Volfrâmio". Voltei a lê-lo recentemente e fiquei ainda mais apegada ao Aires, o protagonista: «...Foi neste estado de espírito, quase cobardia, que, baixando da serra, entrou no braço de estrada que conduzia à exploração. Por ele fora marchavam isolados e em bandos, com a bolsinha pendurada do pau ou do pulso, homens mais andrajosos que ele no fito de retomar o trabalho, se não ajustar-se. De caminhos afluentes desembocavam mulheres com cestos à cabeça ou o seu molho de tangos, uma almotolia, encomendas das lojas, e entrevia-se nelas estas criaturas plurais que forjicam o bazulaque às maltas, as lavam e remendam, e ainda a tasqueira que abriu à margem da mina a baiuca de vinho, cigarros, petiscos e o resto. Andando, andando, chegou a um dédalo de caminhos, por um dos quais rolavam vagonetas, por outros ia e vinha o pessoal particular dos engenheiros e agentes técnicos, com as vivendas muito senhoris e claras à retaguarda de pequenas platibandas enfeitadas de pelargónios e eloendros.
E, passos adiante, ao salvar a corcova do terreno, descobriu-se o formigueiro humano a seus olhos admirados, repartido em turmas consoante a natureza das tarefas, desprendendo uma barulheira a que era como abóbada o zunzum infernal dos volantes que se não viam.» - Volfrâmio, pág 52 da edição comemorativa do centenário do seu nascimento, Bertrand Editora
Toda a sua prosa é uma atenção inebriada ao pulsar do torrão campestre, tanto como à vibração sensual do corpo no ser humano. Tem na sua obra, como em Torga ou Ferreira de Castro, o pensamento filosófico como o veio que atravessa o filão mineral, numa linha de pensamento que remonta ao renascimento mas enriquecido pela expansão marítima e pelo mundo novo ainda inexplorado, tal como os outros dois (Criação do Mundo, de Torga, ou os Emigrantes de Ferreira de Castro.
Assim era Aquilino. Assim foi o seu legado!
sábado, 23 de maio de 2015
Um dia, uma marca de vida
A vida não é mais que uma escada
Por vezes íngreme, de subida difícilOutras mais plana, qual mapa aberto
Escancarado no mundo, um observatório e um laboratório
Numa encruzilhada de encontros e relações,
Criativas, solenes e hierofânicas.
Carregando toda a intimidade e imprevisto
Por vezes apenas sombra e desilusão
Na dimensão silenciosa e submersa,
Tentando distrair o sonho e o medo.
A vida é o local onde o presente
permanece,
O lugar onde surgem as dores do parto,No nascimento que vai acontecendo,
Na atenção que habita o presente,
Na flor que se vai abrindo ao mundo e ao sol da vida.
É na infância que surge a energia de vencer
O mistério da alegria de aprender
A inocência da descoberta do caminho e da decisão.
A luminosidade de todo o futuro que começa ali,
No sonho da criança, que foste e que jamais perderás. (2015/05/23)
@Maça de junho
****
Quando alguém nasce, nasce selvagem, não é de ninguém
Agora és de todos nós, um pouco.
Pelo cordão umbilical, pelo sangue, pelo amor, pela presença, pelo conhecimento e pelo reconhecimento
Porque estás. Porque és.
Pelo que dás e pelo que retiras, pelo que mostras e pelo que escondes.
Hoje também me pertences um pouco, porque te amo.
@Maça de junho
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Pássaro da Alma
No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata,
Está um pássaro.
E o nome desse pássaro é o pássaro da Alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
Em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
o pássaro da alma recolhe-se dentro de si,
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer, crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom para ele é o abraço.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
Nunca veio ao mundo alguém
Que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
E não nos larga
- Nem uma só vez –
Até ao fim da vida.
Como o ar que o homem respira
Desde a hora em que nasce
Até à hora em que morre.
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil:
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
Pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
É o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como ?
Pois isso também é muito simples:
Com a segunda pata.
O pássaro da alma está pousado numa pata,
E com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
Roda a chave da gaveta que quer abrir,
Puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
Sai em liberdade para dentro do corpo.
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
Uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
.....
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas
Dentro de nós
Há quem o ouça muitas vezes.
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo.
in, O Pássaro da Alma, de Michal Snunit
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata,
Está um pássaro.
E o nome desse pássaro é o pássaro da Alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos:
Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá
Em todos os sentidos dentro do nosso corpo, sofre muito.
Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco,
o pássaro da alma recolhe-se dentro de si,
Tristonho e silencioso.
E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma
Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,
Começa a crescer, crescer,
Até encher quase todo o espaço dentro de nós,
Tão bom para ele é o abraço.
Dentro do corpo, no fundo, bem lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E ainda nunca,
Nunca veio ao mundo alguém
Que não tivesse alma.
Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos
E não nos larga
- Nem uma só vez –
Até ao fim da vida.
Como o ar que o homem respira
Desde a hora em que nasce
Até à hora em que morre.
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil:
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos abrir as gavetas de qualquer maneira,
Pois cada uma delas tem uma chave para ela só!
E o pássaro da alma
É o único capaz de abrir as gavetas dele.
Como ?
Pois isso também é muito simples:
Com a segunda pata.
O pássaro da alma está pousado numa pata,
E com a outra – que em descanso está dobrada sob a barriga –
Roda a chave da gaveta que quer abrir,
Puxa pelo puxador, e tudo o que está dentro dela
Sai em liberdade para dentro do corpo.
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
O pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da inveja e a gaveta da esperança.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
A gaveta da paciência e a gaveta do desassossego.
E mais a gaveta do ódio, a gaveta da cólera e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça e a gaveta do vazio.
E a gaveta dos segredos mais escondidos,
Uma gaveta que quase nunca abrimos.
E há mais gavetas.
Vocês podem juntar todas as que quiserem.
Às vezes uma pessoa pode escolher e indicar ao pássaro
As chaves a rodar e as gavetas a abrir.
E outras vezes é o pássaro quem decide.
.....
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas
Dentro de nós
Há quem o ouça muitas vezes.
Há quem o ouça raras vezes,
E há quem o ouça
Uma única vez na vida.
Por isso vale a pena
Talvez tarde pela noite, quando o silêncio nos rodeia,
Escutar o pássaro da alma que mora dentro de nós,
No fundo, lá bem no fundo do corpo.
in, O Pássaro da Alma, de Michal Snunit
domingo, 17 de maio de 2015
A vida é um dom
A vida é o dia de hoje,
a vida é ai que mal soa,
a vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa;
a vida é sonho tão leve ...
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
mais leve que o pensamento,
a vida leva-a o vento,
a vida é folha que cai!
a vida é ai que mal soa,
a vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa;
a vida é sonho tão leve ...
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
mais leve que o pensamento,
a vida leva-a o vento,
a vida é folha que cai!
A vida é flor na corrente,
a vida é sopro suave,
a vida é estrela cadente,
voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
onda que o vento nos mares
uma após outra lançou,
a vida – pena caída
da asa de ave ferida -
de vale em vale impelida,
a vida o vento a levou!
João de Deus, in Campo de Flores.
A vida é o dom mais maravilhoso que nos é entregue. Sem ele não contemplaríamos a beleza, não saberíamos o sentido do amor, não teríamos a alegria ao acordar todas as manhãs. Não saberíamos o significado do sofrimento, da espera, da ausência, da perda, da esperança, de crescer e aprender a todo o instante.
@Maça de junho
a vida é sopro suave,
a vida é estrela cadente,
voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
onda que o vento nos mares
uma após outra lançou,
a vida – pena caída
da asa de ave ferida -
de vale em vale impelida,
a vida o vento a levou!
João de Deus, in Campo de Flores.
A vida é o dom mais maravilhoso que nos é entregue. Sem ele não contemplaríamos a beleza, não saberíamos o sentido do amor, não teríamos a alegria ao acordar todas as manhãs. Não saberíamos o significado do sofrimento, da espera, da ausência, da perda, da esperança, de crescer e aprender a todo o instante.
@Maça de junho
sábado, 9 de maio de 2015
A Europa de todos nós
Há muitas Europas: da música, da arte, da política que se confunde com a da economia, da solidariedade, da abertura aos povos e às outras culturas. Há a Europa xenófoba, hipócrita, traiçoeira, mesquinha, podre, trapaceira. Há a Europa dos cidadãos e daqueles que são apenas um número estatístico. No dia da Europa urge refletir que europa queremos para nós e para os nossos filhos.
Para fazer um hino à europa é necessário dar as mãos, cantar em uníssono, partilhar a pauta, os instrumentos e o maestro.
O video é um trecho do filme italiano "IO e Beethoven" produzido por Michael Taylor e estrelado por Ed Harris ( Beethoven) e Diane Kruger (Anna Holtz). Beethoven é o maestro e já surdo rege a orquestra com a ajuda de Anna Holtz que faz mímicas para que ele possa repetir e assim conduzir a orquestra.
ag
@maçã de junho
Para fazer um hino à europa é necessário dar as mãos, cantar em uníssono, partilhar a pauta, os instrumentos e o maestro.
O video é um trecho do filme italiano "IO e Beethoven" produzido por Michael Taylor e estrelado por Ed Harris ( Beethoven) e Diane Kruger (Anna Holtz). Beethoven é o maestro e já surdo rege a orquestra com a ajuda de Anna Holtz que faz mímicas para que ele possa repetir e assim conduzir a orquestra.
ag
@maçã de junho
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Por vezes apenas ficam as palavras. Pela rua ficam as pedras na calçada
e as árvores no jardim. Não sinto a tua mão no meu cabelo, nem adormeço
com a tua voz no meu ouvido. Quando vais ao jardim, não sou eu quem levas contigo,
nem sinto os teus beijos ao entardecer. Demoras-me todos os dias no esquecimento
da distância e no silêncio da partida. Não gastes as palavras que não são minhas,
nem mostres as conquistas que trazes ao peito. Não sabes ainda o quanto dói saber-te por aí, esquecido do calor que ficou a arrefecer. Espero, enquanto remendo as palavras
que se soltam entre as lágrimas salgadas e caem na folha de papel,
refrescando o poema. Não é para ti que escrevo é para mim. Não é para recordar,
mas para não esquecer que dói. Muito. Agora enquanto o pranto não passa,
encontro as palavras certas ou não. São raiva e dor, saudade e loucura.
Tu dormes. Adormeceste feliz, como as crianças que adormecem
no regaço da vida e eu velo. Sempre com o mesmo desvelo de quem ama e aguarda
o regresso, que não vem, do escuro da noite. Ah! A noite, como é longa e triste.
@Maça de junho
e as árvores no jardim. Não sinto a tua mão no meu cabelo, nem adormeço
com a tua voz no meu ouvido. Quando vais ao jardim, não sou eu quem levas contigo,
nem sinto os teus beijos ao entardecer. Demoras-me todos os dias no esquecimento
da distância e no silêncio da partida. Não gastes as palavras que não são minhas,
nem mostres as conquistas que trazes ao peito. Não sabes ainda o quanto dói saber-te por aí, esquecido do calor que ficou a arrefecer. Espero, enquanto remendo as palavras
que se soltam entre as lágrimas salgadas e caem na folha de papel,
refrescando o poema. Não é para ti que escrevo é para mim. Não é para recordar,
mas para não esquecer que dói. Muito. Agora enquanto o pranto não passa,
encontro as palavras certas ou não. São raiva e dor, saudade e loucura.
Tu dormes. Adormeceste feliz, como as crianças que adormecem
no regaço da vida e eu velo. Sempre com o mesmo desvelo de quem ama e aguarda
o regresso, que não vem, do escuro da noite. Ah! A noite, como é longa e triste.
@Maça de junho
Honeyroot - Love Will Tear Us Apart, a Joy Division cover
segunda-feira, 4 de maio de 2015
MÃE
Ser mãe é para sempre. Para os dias de festa. Para os dias em que todos ou quase, se lembram dela. Mas mãe é sempre a Mãe. É o ventre e a coragem, é a esperança e as janelas do coração em permanente sobressalto. Uma vez mãe, para sempre mãe.
Pena que na nossa sociedade há mulheres que não sabem ser mães. Há mulheres que abdicam da sua condição de mãe, por maldade, por ignorância, por circunstâncias várias que não é neste momento que urge discutir.
Mãe não começa apenas no ventre. Mãe é desde sempre uma premissa que nasce junto com a mulher. Mesmo quando por infertilidade, doença, opção de vida ou simplesmente porque acontece, não ser mãe, não conhecer a experiência da maternidade, se tiver o coração de mãe, pode dar muito amor, pode cuidar, abrigar, aconchegar no colo, cuidar, beijar, criar como se mãe original se tratasse. Basta ter um coração de mãe, para o ser.
Um abraço para todas as Mães que sofrem por desastres naturais, por intolerância, por guerras, por doença ou simplesmente pela solidão dos dias.
heart emoticon
Pena que na nossa sociedade há mulheres que não sabem ser mães. Há mulheres que abdicam da sua condição de mãe, por maldade, por ignorância, por circunstâncias várias que não é neste momento que urge discutir.
Mãe não começa apenas no ventre. Mãe é desde sempre uma premissa que nasce junto com a mulher. Mesmo quando por infertilidade, doença, opção de vida ou simplesmente porque acontece, não ser mãe, não conhecer a experiência da maternidade, se tiver o coração de mãe, pode dar muito amor, pode cuidar, abrigar, aconchegar no colo, cuidar, beijar, criar como se mãe original se tratasse. Basta ter um coração de mãe, para o ser.
Um abraço para todas as Mães que sofrem por desastres naturais, por intolerância, por guerras, por doença ou simplesmente pela solidão dos dias.
heart emoticon
domingo, 3 de maio de 2015
Impostos (razão entre amor e ódio, ou nem tanto)
A relação entre a administração fiscal e os contribuintes será sempre uma relação entre a desconfiança e o ódio. Todos detestam pagar impostos, muito embora poucos se lembrem que são os impostos que todos nós pagamos que permitem ter hospitais, escolas, serviço social, estradas, transportes, etc. Quanto maior a eficiência entre a arrecadação de impostos e os gastos públicos, melhor servidos serão os cidadãos do país.
Vale a pena ouvir o comentário inteligente, sagaz e oportuno do Dr. Manuel Faustino, Especialista em questões fiscais, Professor Universitário e Consultor.
O Fisco e a relação com os contribuintes
http://videos.sapo.pt/B4aD9R9NOTegyZzWi6Yy
E depois pode ouvir-se este som de piano que parece divino
https://youtu.be/9ABsxtrTkSc
sábado, 2 de maio de 2015
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