Se nunca te tivesse conhecido, gostaria de te conhecer, nem que fosse apenas amanhã, ou depois, ou num dia futuro que ainda estivesse para vir. E seu eu pudesse antecipar esse dia, também o faria acontecer mais depressa. Há pessoas que em nada acrescentam a nossa vida e outras, mesmo do nada dão-nos algo que é imenso, nos dias mornos que percorremos. E tu desde esse primeiro dia, que muito provavelmente não recordas, esse primeiro dia que na tua memória foi apagado por outros primeiros dias de outras que se tornam especiais na exata medida do esquecimento, tu que dás uma dimensão aos meus dias, mesmo nos dias em que te ausentas. Nos dias em que transformas o meu cansaço em vibrante discussão, ou nos dias em que o adormecer tem um sentido de sonho e de esperança numa manhã renovada. E esse sentido especial faz com que me transforme em alguém capaz de ver o belo além da bruma e esperar que seja uma nota de violino, ou um sopro de vento, ou uma brisa primaveril a trazer-te de regresso a casa. A casa é o lugar onde o coração parou.
@Maça de junho
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