terça-feira, 7 de junho de 2016

Deixa-me dizer-te do cheiro da terra
dos vasos que hoje mudei e das orquídeas
 que hão de florir no inverno. Serão para ti,
testemunhas do amor que ficou preso nas raízes.
Em cada haste haverá um pouco da nossa história,
até daquela que não fala de amor.
E hoje quando abrires o livro para ler
 "que a manhã afasta as incertezas"
onde o silêncio caiu nada morre de abandono
nem eu. Nem ninguém adivinhará quantas primaveras
já vivemos, antes de morrer por ti de amor.
A vida nasce a cada amanhecer entre lençóis de linho
e alfazema de cor suave, nos aromas dos amores imperfeitos.
Mas à noite, é sempre à noite, quando
me vestir para ti e adormecer no sono inacabado
ficarei fria e esquecerei de ir apanhar as orquídeas para levar.
Vai ver os vasos e não os regues mais. Se morrerem podem
dizer ter sido à míngua desse amor que os amantes levaram.

@maçadejunho
 
 
https://youtu.be/lGlEj5z6_ks
 






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