Lá fora o vento sopra e sinto a chuva escorrer pelas vidraças como lágrimas teimosas.
Por vezes dou comigo a sonhar em como gostaria de ter nascido no Século XIX, mas numa família que me permitisse aceder à instrução e ter uma cozinha daquelas grandes com um grande fogão de lenha e muitas panelas brilhantes de tão bem areadas e com tempo para ler e para me dedicar às crianças e aos chás com as amigas e criar todos os dias uma nova receita para aconchegar o estômago dos que estimo. Ai como seria feliz, certamente ...
Assim em pleno século XXI com horário de trabalho e uma cozinha pequena e pouco tempo para inventar romances e a mesma e imensa vontade de agradar e ser motivo de alegria e orgulho a quem me aquece o coração e me preenche os dias com encantos da alma e do sonho e me faz feliz.
Hoje tinha mesmo que improvisar alguma coisa para levar para a festa de Natal do Bambino e claro juntar ao improviso as preferências infantis.
É um prazer ver aqueles rostinhos olharem-me a sorrir e em grande gritaria dizerem que poderia ter feito mais. Sinto-me tão envaidecida nestas horas que quase me apetecia deixar as contas e os impostos e as leis fiscais apodrecerem na gaveta para poder criar destas delicias diariamente.
As bolachinhas já estão prontas e ei-las
Fotos:Mafaldinha |
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