E tu a caminhar na areia, feliz como criança que eras
para dar de beber à saudade
mas não despiste o meu vestido de cambraia
nem seguraste as minhas mãos entre as tuas
Nesse pequeno paraíso de mar e céu
na calma dos dias travando uma batalha silenciosa
onde o invasor é interno de mistério carregado
e ela não é francesa nem tem beleza
tem ardor e um frescor arrebatado
Por entre majestosas arribas, vislumbrando a doçura
que a natureza contempla adormecendo um segredo
descalça, a sereia fugia por entre risos e beijos
nesse mar povoado de lendas encantado e pitoresco
serão também aí mutáveis as tuas paixões
Não me levaste a beijar as ondas nem molhei os pés no mar
nem fiquei adormecido nem carreguei de vencido caminho de servidão
à míngua de tanto silêncio travo mais uma batalha
perdida, interna e sofrida que terminará desfeita em ruína
quando o dia virar sombras e a noite escuridão
Foto:Mafaldinha |
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