domingo, 29 de setembro de 2013
Aguardo por ti, feliz pela espera, que me acalma,
Para matar a sede de outono e saciar a saudade que tolhe.
O verde da paisagem intercala o amarelo do entardecer
como eu vou entrelaçando a ansiedade e a alegria.
A felicidade é saber-te na ponta dos dedos
na distância do tempo que o relógio marca devagar
demora, como um beijo intenso e profundo
como o sentimento que se fecha dentro do papel de seda,
traído por esse olhar que absorve num sopro
coragem para partir ...
Egoísta? Não! Altruísta!
Enquanto sorri, mastiga as lágrimas e do impossível
atreve-se a viver o possível que a vida oferece,
Levantando voo e murmurando baixinho o seu nome
para que ninguém escute, nem o seu coração.
Para matar a sede de outono e saciar a saudade que tolhe.
O verde da paisagem intercala o amarelo do entardecer
como eu vou entrelaçando a ansiedade e a alegria.
A felicidade é saber-te na ponta dos dedos
na distância do tempo que o relógio marca devagar
demora, como um beijo intenso e profundo
como o sentimento que se fecha dentro do papel de seda,
traído por esse olhar que absorve num sopro
coragem para partir ...
Egoísta? Não! Altruísta!
Enquanto sorri, mastiga as lágrimas e do impossível
atreve-se a viver o possível que a vida oferece,
Levantando voo e murmurando baixinho o seu nome
para que ninguém escute, nem o seu coração.
sábado, 28 de setembro de 2013
Caminhar pelo abismo
Hoje a madrugada chorou
choveu, trovejou e o céu acordou cinzento
o sol entristeceu e as nuvens abriram-se em prantos
E eu? Sem saber o caminho a tomar
há uma fronteira impercetivel a ultrapassar
e eu sem saber que rumo levar
Sei qual o sonho que carrego
caminhar pelo abismo, mas não sei onde o deixar
se o guarde como lembrança ou se posso abandonar
O caminho é difícil, cheio de labirintos e segredos
e eu não sei esconder da noite, os medos
Vou esperar pelas estrelas e adormecer
São horas graves e o caminho é escuro
E eu detesto vazios e os lados encobertos
por isso vou seguir por onde o vento me levar
choveu, trovejou e o céu acordou cinzento
o sol entristeceu e as nuvens abriram-se em prantos
E eu? Sem saber o caminho a tomar
há uma fronteira impercetivel a ultrapassar
e eu sem saber que rumo levar
Sei qual o sonho que carrego
caminhar pelo abismo, mas não sei onde o deixar
se o guarde como lembrança ou se posso abandonar
O caminho é difícil, cheio de labirintos e segredos
e eu não sei esconder da noite, os medos
Vou esperar pelas estrelas e adormecer
São horas graves e o caminho é escuro
E eu detesto vazios e os lados encobertos
por isso vou seguir por onde o vento me levar
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Fim
Como um desafio aconteceu
Mas há realidades que me maltratam os sonhos
e fazem doer o desejo
Continuo de olhos fechados e braços abertos
e não te encontro na ponta dos dedos
O vazio da ausência é a única certeza
A ansiedade de um dia que segue o outro
sem rasto nem rosto, apenas o incerto amanhã
que não vivi. E o mundo pára quando o medo
me tolhe, é um parêntesis, entre os teus jogos.
E quando o cabelo ficar branquinho
como um novelo de lã, vamos recordá-lo
ao calor da fogueira, entre pequenas histórias
para lembrar: encantadas e pitorescas
um mar povoado de lendas.
Desenharemos letras para respirar
e quando terminarem os suspiros
fica apenas o poema e nós.
Mas há realidades que me maltratam os sonhos
e fazem doer o desejo
Continuo de olhos fechados e braços abertos
e não te encontro na ponta dos dedos
O vazio da ausência é a única certeza
A ansiedade de um dia que segue o outro
sem rasto nem rosto, apenas o incerto amanhã
que não vivi. E o mundo pára quando o medo
me tolhe, é um parêntesis, entre os teus jogos.
E quando o cabelo ficar branquinho
como um novelo de lã, vamos recordá-lo
ao calor da fogueira, entre pequenas histórias
para lembrar: encantadas e pitorescas
um mar povoado de lendas.
Desenharemos letras para respirar
e quando terminarem os suspiros
fica apenas o poema e nós.
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Uma casa
Uma casa é um refugio, é protetora, dá-nos abrigo
E se no beiral pousam os pássaros
é um albergue aos sem abrigo
Na minha porta passam andantes
os viajantes que levam pressa
vão sem demora cumprir promessa
vão sem destino pelo caminho
E aqui fora fica o silêncio
dos que pararam à minha beira
passam a porta além da soleira
apenas aqueles que me acolhem
Todos são livres e viajantes
Levam de mim o meu sossego
Que os acolhe e sacia a sede.
E se no beiral pousam os pássaros
é um albergue aos sem abrigo
Na minha porta passam andantes
os viajantes que levam pressa
vão sem demora cumprir promessa
vão sem destino pelo caminho
E aqui fora fica o silêncio
dos que pararam à minha beira
passam a porta além da soleira
apenas aqueles que me acolhem
Todos são livres e viajantes
Levam de mim o meu sossego
Que os acolhe e sacia a sede.
domingo, 22 de setembro de 2013
Equinócio
Quando o outono surge, lá no fim da estrada
no rumo do tempo que passa
os caminhos ficam com a cor ocre do sol poente
da cor de frutos maduros, e do sonho adormecido.
Mas a estrada permanecerá viva enquanto o sonho não morre
porque é ele quem nos faz andar
para lá do tempo
e para isso são os caminhos
para nos fazerem parentes do futuro
(Equinócio: significa equilíbrio, onde o dia e a noite têm a mesma duração. Na grécia antiga (cultura grega) o mito Demeter/Perséfona está relacionada com a terra e o grão semeado. Onde sobressai a figura do sagrado feminino. Talvez (já é autoria minha) por isso o outono se relaciona com a colheita dos frutos e com as festas das colheitas)
no rumo do tempo que passa
os caminhos ficam com a cor ocre do sol poente
da cor de frutos maduros, e do sonho adormecido.
Mas a estrada permanecerá viva enquanto o sonho não morre
porque é ele quem nos faz andar
para lá do tempo
e para isso são os caminhos
para nos fazerem parentes do futuro
(Equinócio: significa equilíbrio, onde o dia e a noite têm a mesma duração. Na grécia antiga (cultura grega) o mito Demeter/Perséfona está relacionada com a terra e o grão semeado. Onde sobressai a figura do sagrado feminino. Talvez (já é autoria minha) por isso o outono se relaciona com a colheita dos frutos e com as festas das colheitas)
sábado, 21 de setembro de 2013
A águia e a lagartixa
Era dia de equinócio e o sol cruzava nesse momento o plano
do equador. Ora, os dias e as noites tinham agora a mesma duração, menos sol
para aquecer o sangue frio, debaixo desta pele escamosa, pensou a lagartixa,
enquanto se espreguiçava, lânguida, no muro de xisto escaldante. De repente no
azul do céu surge uma sombra, quase escurecendo o sol. A águia predadora rondava
por ali desde manhã. Veloz esconde-se no matagal seco que a protege.
Desafio nº51 - O desafio hoje é encontrar uma história cuja ilustração corresponda a esta imagem.
Os ilustradores têm sempre de se sujeitar ao texto, vamos inverter essa ordem e dar-lhes a primazia!
Trabalharemos sobre esta imagem de Francisca Torres
Foto: Francisca Torres - Blogue histórias em 77 palavras |
publicado em: http://www.77palavras.blogspot.pt/
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Vulcão
A noite caiu
A lua enche o céu, branca, cheia, sedutora
no ecran negro uma luz radiosa
vibrante, provocadora e sensual
emerge ao som da percussão.
A musica abraça os sentidos
e num crescendo de sons
a penugem de feno abre-se
à calidez do estio ...
O vulcão adormecido
retoma energia e das entranhas
solta novos frémitos de calor,
há um fluxo de lava incandescente
de impulsos incontroláveis,
é verão, o magma liquefeito jorra
abrasador e incontrolável por toda a paisagem,
ao ritmo do jazz em fundo,
é a natureza viva
Foto:internet |
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Jantar de um dia de gripe
Nem sempre o corpo obedece e a preguiça instala-se. Hoje o motivo é esta constipação/gripe/rinosinusite que me deixa o corpo numa moleza infinita.
Como se não bastasse a melancolia dos dias que findam cedo e o pouco descanso que as férias proporcionaram (este ano nem lhe posso chamar férias, apenas um ligeiro intervalo), agora instala-se esta dor de cabeça, o nariz entupido, o peso em cima dos olhos, enfim, sinto-me um traste!
O pior são as rotinas, horários, responsabilidade e o sono que os anti-histamínicos provocam...
Hoje não tinha vontade de fazer nada, mas a janta tem que sair para a mesa. E então lembrei-me de umas alheiras que mantenho congeladas, sempre na espera de um dia especial.
E senti a vida facilitada. Repolho vindo diretamente da horta biológica da avó, as alheiras e umas batatinhas também elas do reino maravilhoso, foi um mimo para matar as saudades do inverno, dos dias tristes, a chuva que consola ao bater na janela e dos sonhos perdidos nas tardes quentes do estio.
E talvez precisando partilhar este estado de alma, lembrei-me de vir a este cantinho, que nem todos conhecem, nem precisam, mas que para mim é tão especial.
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Sargaço e tropelias
Um dia de férias e de praia, na praia de sempre. Suaves
ondas, água cristalina onde pontilham algas de cor verde e castanha.
−O que é isto, mãe?
−São algas. As de cor castanha é
sargaço, usado como fertilizante na agricultura porque é muito rico em
fosfatos.
−É bom para a pele?!
−Muito bom…
Minutos passados, as crianças simplesmente desapareceram,
nesse mar traiçoeiro…
De repente surgem umas múmias envolvidas em fitas castanhas
e barretes verdes na cabeça!
Em 77 palavras escrever uma aventura de férias
Desafio nº49 publicado no blog:
www.77palavras.blospot.pt
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Ilhas
Quando voltar a todos os lugares em que me fizeste feliz
serão outros olhos a contemplar as bem-aventuranças
mas o coração será o mesmo. O amor é um só
e é eterno. Mesmo que vivas noutras dimensões
será esta que perdura em cada amanhã prometido
Haverá sempre vindimas e uvas maduras a escorrer no lagar
e o cheiro a mosto e a corpos continuará a embriagar-me os sentidos
O vinho ganhará cor e os anos torná-lo-ao mais doce
No jardim as rosas voltam a florir, mas serão outras mãos
a trazer-me um abraço de aromas e sabor a frutos silvestres
E ao crepúsculo as constelações serão a companhia
escolhida pelos amantes, alvorecendo os sentidos
Lá fora os pássaros acordam-nos no chilrear amoroso
e no pátio das hortênsias e das glicínias sussurrando promessas
congelamos o momento que é só nosso e pertence ao mesmo arquipélago.
serão outros olhos a contemplar as bem-aventuranças
mas o coração será o mesmo. O amor é um só
e é eterno. Mesmo que vivas noutras dimensões
será esta que perdura em cada amanhã prometido
Haverá sempre vindimas e uvas maduras a escorrer no lagar
e o cheiro a mosto e a corpos continuará a embriagar-me os sentidos
O vinho ganhará cor e os anos torná-lo-ao mais doce
No jardim as rosas voltam a florir, mas serão outras mãos
a trazer-me um abraço de aromas e sabor a frutos silvestres
E ao crepúsculo as constelações serão a companhia
escolhida pelos amantes, alvorecendo os sentidos
Lá fora os pássaros acordam-nos no chilrear amoroso
e no pátio das hortênsias e das glicínias sussurrando promessas
congelamos o momento que é só nosso e pertence ao mesmo arquipélago.
sábado, 7 de setembro de 2013
Doce de papaia
Mãos amigas presentearam-me uma papaia vinda diretamente de Moçambique. Também conhecida por mamão. Bem madura e de cores bonitas era enorme. Fiquei com pena que se estragasse e como o prazer se perderia ao comer de empreitada um fruto tão saboroso e proveniente de tão bonito e simpático gesto comecei logo a matutar a forma de o fazer aguentar ou de lhe retirar as máximas potencialidades que decidi fazer um pouco de doce.
Nunca tinha feito doce de papaia, nem sequer tinha provado, mas achei que não ficaria mal de todo.
Descasquei metade do fruto e retirei-lhe as sementes do interior. Cortei em pedaços pequenos e finos.
Coloquei numa panela com metade do peso de açucar, reguei com um pouco de sumo de limão e levei ao lume brando.
Acrescentei raspa do limão e coloquei um pau de canela.
Sem saber muito bem o resultado que daria, vim à internet procurar receitas. Todas iam no sentido da receita por mim inventada, mas algumas acrescentavam um pouco de água aos ingredientes. Assim fiz e eis que saiu um doce maravilhoso.
Ficará uma delicia na companhia de um bom requeijão de ovelha ou de um queijo curado de ovelha ou de cabra. Já me imagino nesta fase da degustação.
Uma textura muito suave, uma cor laranja forte linda e de sabor excelente. Transporta-me para terras africanas, não sei, uma sensação de percorrer a savana e encontrar um oásis, talvez! Ou então um lanche servido numa varanda de madeira, com o pôr-do-sol em frente, da cor do doce e a sentir o cheiro da terra molhada! Na mistura de ingredientes e na minha imaginação percorro o mundo enquanto sonho com as delícias de um amanhã perfeito.
Receita:
800 gr de polpa de papaia cortada em pedaços finos
400 gr de açucar
raspa de um limão e um pouco de sumo
1 pau de canela
um copo de água
Numa panela levar ao lume os ingredientes em lume brando, mexer de vez em quando para que a fruta coza toda dentro da calda e fique mais suave.
Está no ponto quando colocar uma colher de doce num prato passar uma colher no meio e ele não fechar (ponto de estrada).
Colocar em frascos limpos e secos, enquanto quente, e tapar. Deixar voltado para baixo de um dia para o outro para ganhar vácuo.
Na hora de servir além do queijo/requeijão vou ter o cuidado de juntar também uma tacinha com nozes em metades. Acho que será uma combinação irresistível!
Sabendo ser feliz com pouco é mais fácil contornar os dissabores da vida ...
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Entardece
No entardecer escaldante
despeço-me destas encostas ainda verdes
que abrigam o calor que as deixará douradas
como espigas de trigo e ouro, no outono
Os figos já sabem a mel
e a cidreira e o rosmaninho
secam na sombra do alpendre...
Relembro!
Quando criança
era quem colocava os figos nos tabuleiros
a secar nos cardanhos
e enchia os saquinhos de estopa
onde repousava o rosmaninho
para afastar traças e ácaros.
Voltarei um dia!
Quando as noites já forem frias
e não restarem vestígios deste verão
sem história
debaixo dos lajedos dos bardos
onde bagos adormecem perdidos.
despeço-me destas encostas ainda verdes
que abrigam o calor que as deixará douradas
como espigas de trigo e ouro, no outono
Os figos já sabem a mel
e a cidreira e o rosmaninho
secam na sombra do alpendre...
Relembro!
Quando criança
era quem colocava os figos nos tabuleiros
a secar nos cardanhos
e enchia os saquinhos de estopa
onde repousava o rosmaninho
para afastar traças e ácaros.
Voltarei um dia!
Quando as noites já forem frias
e não restarem vestígios deste verão
sem história
debaixo dos lajedos dos bardos
onde bagos adormecem perdidos.
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