despeço-me destas encostas ainda verdes
que abrigam o calor que as deixará douradas
como espigas de trigo e ouro, no outono
Os figos já sabem a mel
e a cidreira e o rosmaninho
secam na sombra do alpendre...
Relembro!
Quando criança
era quem colocava os figos nos tabuleiros
a secar nos cardanhos
e enchia os saquinhos de estopa
onde repousava o rosmaninho
para afastar traças e ácaros.
Voltarei um dia!
Quando as noites já forem frias
e não restarem vestígios deste verão
sem história
debaixo dos lajedos dos bardos
onde bagos adormecem perdidos.
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