segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Palavras que amanhecem

Quando anoitece beijo as palavras porque tu não estás aqui
por vezes tenho frio e encosto-me na alma onde deixaste a semente do calor
e quando sinto que o medo desafia o segredo do amor que nos procura,
deixo que o silêncio te afague e são as minhas lágrimas que te protegem.
Escrevo para secar os lamentos que me escorrem pela escuridão do tempo
de um segmento de estrelas ao infinito do mundo, um segundo que seja.
É nas raízes de mim que fica a ternura que deambulou pelo dia adiante
perdida entre os ninhos dos pássaros e as folhas das árvores nuas
na lonjura da última gota de vida que me deste, nesse segundo que foi eterno.
Até a lua se despe e não é o sol que a espera ao acordar
Assim como o meu corpo se enrola e nem sempre espera pela onda do mar.
Escrevo na areia e as palavras são versos do meu amanhecer vazio.
As raízes continuam enterradas bem no fundo
É o coração da terra, e o meu
@Maça de junho
Foto:Mafaldinha





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