domingo, 29 de julho de 2012

O mio babbino caro

-Durante quinze dias livras-te de raspanetes no teu trabalho por chegares sempre atrasada.
-Podes dormir na minha cama, eu deixo.
-Também podes ir trabalhar no fim de semana, assim não ficas sozinha
-Tens o cérebro mal disposto? Esqueces-te de tudo!
-O que é perfume barato? - Onde ouviste isso? - Foi no Fineas e Ferb
-Podemos ir ao happy meal? Tomas café e eu posso comer um gelado!
-Agora já não vivem lá, tiraram bilhete.
-O que é finanças?
-Os impostos são muito caros?
-Na china só comem arroz e cá há chineses portugueses
-No fim de semana podemos ir à china comprar cromos dos  pokémon sem ser repetidos?
-Porque é que não fumas? Não tens vontade?
-Este fim de semana dá-te jeito telefonar à mãe do João para ele vir cá? - Não, este fim de semana não pode ser. -Então manda-lhe um email pela internet e ela vem cá buscar-me!



Frases destas durante quinze dias, são lembranças, recordações. O meu pequeno sonho, vai a banhos!
Terei tempo para mim própria, para meditar sobre os meus desejos e anseios de mulher. Tempo para ir tomar café com aquela amiga que está com problemas, tempo para ir ver um filme, ao fim do dia, só porque me apetece.
Depois do trabalho desfrutarei de algum tempo sozinha comigo própria, sem horários nem obrigações impostas.
Mas quando o tempo estiver a decorrer vou morrer de saudade, acordarei sobressaltada de noite imaginando a sua voz que me chama, vou sair do trabalho a correr e quando me sentar dentro do carro tomar consciência de que ele não está no colégio.
À noite irei ao seu quarto, visitar aquele corpinho pequeno e apenas vou encontrar os brinquedos e verterei uma lágrima teimosa, tal como no ano passado e no outro e outro.
Depois regressa, mais crescido, mais despachado ainda! Com novo vocabulário, algum interessante, mas outro, mais brejeiro,  que lhe farei esquecer, em três tempos, pondo a funcionar o meu bom senso e um raciocínio engenhoso que ele diariamente me obriga a desenvolver!
Pois educar um filho é ensinar-lhe a importância que tem de aceitar e respeitar os limites pelos adultos estabelecidos.





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