sexta-feira, 18 de abril de 2014

O dia do mistério da Páscoa

Paixão  tem vários significados, em latim passio -ónis, A capacidade de suportar, um pesar, um sofrimento.  Paixão significa tormento de vida, dor, mas também um amor, uma predilecção irresistível e uma perturbação arrebatadora. Uma paixão tanto pode ser destrutiva como dar um novo sentido à vida, novo encanto, novo sentir que pode levar ao amor terreno e ardente. A paixão tem sempre por base a forma amorosa de sofrer ou de regozijo, de entrega, de sacrificio. E na Paixão de Cristo, está presente mais que tudo. Entregou-se por amor ao seu povo.
Entregou-se por amor ao Pai, no sacrificio da Cruz e na morte cruel que lhe é infligida. No sofrimento que a mãe presencia ao receber a morte do filho nos braços, maior abnegação e sofrimento não encontramos no evangelho. Ao longo da história encontram-se inúmeros casos de paixão, de abnegação, de doação ao próximo, seja por amor, por compaixão, por caridade, por respeito ou por altruísmo, pela guerra ou pela paz, por motivos religiosos, políticos, de solidariedade para com o ser humano, para com as crianças, com os velhos, em missões a favor de necessitados de bens materiais, de proteção na saúde, na guerra, no abandono, ou de apoio espiritual que seja, mas a entrega de Jesus na Cruxificação é única .

E hoje, dia da Paixão de Cristo que pelos homens sofreu e morreu na cruz, é uma reflexão obrigatória, para todos os Cristãos e para Católicos em particular. Neste momento em que a Igreja recorda a morte de Jesus Cristo, na tradição da liturgia, porque foi única, de um filho que também era único e de um plano divino de salvação da humanidade. Neste dia é o único em que não se celebra missa nem há consagração Eucarística, como que na  renuncia à palavra. Apenas se celebra o rito da Paixão, onde o celebrante se prostra em sinal de humildade e de tristeza. É lida a narrativa da paixão, neste ano litúrgico, o Evangelho Segundo S. João, na manifestação da sua missão e da sua divindade: [João 18-19]- "A quem buscais? Responderam: "A Jesus de Nazaré"- "Sou eu", disse-lhes" [Jo 18,5] e a adoração da Cruz, a oração Universal que reza pelos que não crêem, pelos que não têm fé, pela Igeja e por todos que d'Ela fazem parte, pelos que exercem o poder, pelos que sofrem. A comunhão é a dos pré-santificados. Pois é da Hora de Jesus que se trata, da sua glorificação, do seu retorno ao Pai, para se renovar na Glória de Deus. "...tal é a ordem que recebi de meu Pai" [João 10.17-18]. Cristo é vencedor na cruz,  uma profunda experiência pelo sofrimento quando enfrenta a morte na Cruz, sinal de triunfo e não de castigo, sinal de vida, a árvore da vida, no milagre do amor de Jesus pela vida, pela salvação dos povos, na forma mais generosa e heróica de amar. O mistério mais dramático e inexplicável, a traição, a condenação, o abandono, a injustiça, a agonia da dor, culminando na cruxificação, é o grau último da Fé, na resposta do perdão, da oração, do silêncio,  no seu amor pela humanidade pecadora e frágil, que terminarão com a Ressurreição da Páscoa. 

Páscoa Feliz a todos quantos visitam este Blogue
@Maça de junho

http://youtu.be/-d9FLEIQfME

Rembrandt


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