segunda-feira, 28 de março de 2016

Quando entrou a casa sorriu e de repente, nada mudara,
tudo parecia igual. As orquídeas lá fora
continuaram a florescer, mas não mudaram
de lugar. Esse lugar que é a casa onde vai entardecendo
e o teu silêncio não entra. Nem o teu silêncio, nem o teu perfume
nem a tua voz. Apenas os livros, lhe lembram o teu sorriso.
Memórias de um passado que teima em rejeitar.

Não quer palavras. Nem as tuas. Apenas as que entoam
dentro de si. Assim ficam mais sós, sem formas nem metáforas
na cama branca, onde a brancura dos dias emerge e
repousa. E o corpo procura a ternura do seu lugar nesse abraço.
Estranhamente em silêncio, onde ficam guardadas lágrimas
quentes, que arrefecem à passagem do vento.
Continuas assustada, pela lua que não vês, porque não regressas

a casa com o teu sorriso e com a tua voz jovial e tímida.
@maçadejunho


 
Sohn - Bloodflows
 

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