O outono chegou com os dias mais sombrios e melancólicos, depois de um verão pouco expansivo e de menos calor que aquele a que estamos habituados. Mas agora os dias são mais curtos, as manhãs e os fins de tarde mais frescos, que nos puxam para casa, para ficar no aconchego e na ternura dos afetos partilhados.
O regresso às aulas com as polémicas habituais, entre colocações de professores e alunos sem aulas por falta deles, que parece, este ano, ainda mais agravado. Felizmente não tenho este problema cá em casa. A escola que frequentamos é de uma excelente organização, metódica, de regras fixas e conhecidas e sem polémicas de qualquer âmbito. Lógico que não se trata de uma escola pública. É uma escola onde as crianças são felizes vivendo com pouco, onde todos são tratados por igual, onde há educação, afeto, regras, normas bem definidas e exigência pedagógica e muita alegria e risos. E a turma que já se conhece há vários anos não prescinde de uma fatia de bolo de fécula, bem simples, mas que todas as crianças podem comer, sem medo de alergias.
Vamos ser felizes neste outono que não se prevê fácil, neste país onde apenas os políticos e todos aqueles que sabem viver sem escrúpulos de alguma natureza se dão bem. Um país, onde são os funcionários públicos e os reformados que ano após ano são extorquidos através dos impostos ( são pagadores de 91% do total do IRS), num país onde os funcionários públicos são tratados como gente de segunda categoria, num país onde os funcionários públicos são insultados nos seus locais de trabalho, onde trabalham por vezes mais de 10 horas em prol da comunidade a quem prestam serviços. São os funcionários públicos que fazem com que o país não pare, que asseguram a saúde, a segurança, a educação, o acesso aos tribunais, os direitos das crianças e a integração de jovens e menos jovens na sociedade. São os funcionários públicos desprezados pelo poder politico, pelas populações que apenas deles retiram os benefícios. Sim também há funcionários públicos incompetentes, de pouca dignidade para o serem, com pouco profissionalismo. Tal como em todas as profissões. São mais protegidos? Talvez! Mas quantos de nós já não foi ignorado na repartição bancária, pelo funcionário engravatado, petulante e pouco colaborante? Quantos de nós ainda não perdeu horas e horas, e a paciência com as operadoras de telemóvel ou de televisão por cabo? Quanto de nós ainda nunca foi enganado por um mecânico de automóveis?! Quantos de nós não andou nunca perdido numa companhia de seguros a ser transferido do A para o B, e depois para a cobrança, e depois para o risco, e de seguida para outra voz que nos despacha para outro setor qualquer, onde vamos contando a peripécia que temos a reportar, para saber da apólice, ou do valor do prémio, ou do estado da participação do sinistro? Quantos de nós ainda não perdeu a paciência num posto de CTT ao deparar com a antipatia da senhora que atrás do balcão nos olha por cima dos óculos, parecendo viver noutro planeta e simplesmente ignorando a nossa preocupação de saber se a encomenda vai em segurança, ou se aconselha a que o registo da carta seja com a tarifa de maior urgência. E são serviços privados. E são serviços onde sabemos que também há incompetentes, irresponsáveis, falta de ética e ou de profissionalismo. Mas o funcionário público é uma espécie de leproso, um judeu perdido entre arianos, um ser asqueroso. Estamos a criar a sociedade que queremos e porventura merecemos, sob a capa da democracia onde apenas alguns a merecem.
Mas esqueçamos estes devaneios e vamos a uma fatia de bolo com uma chávena de chá...
INGREDIENTES:
9 OVOS
9 COLHERES DE SOPA DE FÉCULA
300 GR DE AÇUCAR
Bater muito bem as gemas com o açúcar, até duplicar a massa e obter um preparado bem fofo e esbranquiçado.
De seguida, batem-se as claras em castelo firme e envolve-se nas gemas.
Mistura-se a fécula previamente peneirada.
Vai a cozer em forma untada e polvilhada, forno pré aquecido 180º, cerca de 20 min.
OBS: Este bolo pode rechear-se com um creme de ovos.
@Maça de junho
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Bolo de fécula |