Há um código de processo pessoal que ainda não está escrito. Aos poucos vou preenchendo as folhas brancas, de pensamentos nossos. Sim nossos. Os teus, eu adivinho. Não precisas dizer-me nada. Os nossos silêncios dizem tudo ao outro. E quando falamos, nem precisamos falar de nós, pois sabemos tudo apenas pelo respirar, apenas pelo fôlego das palavras. O encanto está no que os nossos corações guardam e não no lamento do impossível. Para nós tudo é possível e tudo realizamos, mesmo quando apenas no sonho. E na alma guardamos tudo aquilo que gostaríamos de dizer e não dizemos. Mas a alma precisa de alimento para continuar a amar. Poderia dizer-te muitas coisas: o quanto me fazes feliz quando estás comigo, mostrar-te as lágrimas que guardo quando a tristeza fala mais alto, ou dizer-te o quanto sinto a tua falta, por vezes, muitas vezes. Mas tudo isto tu já sabes, porque também sentes. No entanto preciso dizer-te uma coisa, estou em paz contigo, pois foi contigo que aprendi a acreditar novamente na minha capacidade de amar. Prometo amar-te até ao infinito, mesmo que o infinito termine amanhã. Porque viver é aceitar o risco do que a vida nos dá e a capacidade de nos maravilharmos com sabedoria, confiança, dor, ou impossibilidades várias. Tudo temos conseguido com paciência, admiração, bondade e o coração repleto de amor. E este código que ainda não está escrito, mas que todos os dias é acrescentado de algo novo, algo melhor e maior, há-de servir ... como testemunho de uma bem-aventurança plena de silêncios, e de palavras, e de gratidão e de admiração. Assim é o amor transposto para o código da vida.
@Maça de junho
Albert Bierstadt: Tra le montagne, 1867 olio su tela, cm 91,9 x 127,6. Wadsworth Atheneum |
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