sábado, 6 de setembro de 2014

Viagem entre corpos

Vamos deixando marcas como se fossem páginas de um livro
Umas vezes são marcas que sujam, com ironia, com voz dura
Outras são leves, imperceptíveis, suaves, quando as vozes sussurram e os olhos falam.
São gravadas na memória, na alma e no corpo, a cada instante
E a cada momento entra na alma como se fora a prova de vida.

E quando a noite desce sobre a pele que já arrefeceu
Há sempre um corpo a velar, e uma janela aberta para entrar
Um novo sopro de vida, vestido de poema, subindo entre o desejo.
E a dor transformada em vida quando bafejada pela luz de um sorriso
Entre esquinas de solidão e passeios de coração partido.

Não vale invocar novo dia, nem esperar a mentira como um traço de giz
De que serviria um abraço sofrido e sem enlaço dado em cada espaço
De que vale uma aflição sem promessas nem razão se não houver magia
Sem certezas de que vale o desprendimento, quando fica apenas a dúvida
Entre a viagem do corpo e da alma coincidir, sem medo de chegar a mundos diferentes.

@Maça de junho

Foto: internet


Sem comentários:

Enviar um comentário