sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Saudade

Sinto saudade do tempo em que tu sentias saudade
No tempo em que eu nem sabia sentir, ainda
contava as conchas do mar e aprendia a naufragar

Sinto saudade das flores que me acordavam ao nascer do sol
e das flores que me sorriam em cada novo acordar
quando desabrocham para o orvalho e para o sol

Sinto saudade de ti e de sentir nas tuas palavras
o aconchego que agora não trazes em coisa nenhuma
nem no cheiro da terra molhada da chuva

Sinto saudade de acordar com o teu perfume na almofada
e o riso sereno onde naufragavam beijos
depois do turbilhão das ondas e das marés

Agora já nada importa
nem a hora do nascer do sol, nem a hora de esperar por ti
As maçãs já não cheiram a maçãs, nem os teus beijos, são beijos.

@Maçã de junho

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