domingo, 21 de dezembro de 2014

PARA A MANHÃ

Rosa acordada, que sonhaste?
Nas pálpebras molhadas vê-se ainda
Que choraste...
Foi algum pesadelo?
Algum presságio triste?
Ou disse-te algum deus que não existe
Eternidade?
Acordaste e és bela:
Vive!
O sol enxugará esse teu pranto
Passado.
Nega o presságio com perfume e encanto!
Faz o dia perfeito e acabado!


MIGUEL TORGA, in NIHIL SIBI (1948), in ANTOLOGIA POÉTICA (Coimbra, 4ª ed., 1994)
Richard Young - Poise in silhuette



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