terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Por vezes ou nem tanto assim


Reflectir sobre o que nos faz correr, sobre as nossas necessidades afectivas, culturais ou sociais é uma forma de melhor percebermos o que somos e de mais intimamente nos conhecermos. O que gostamos, como gostamos, quanto gostamos, podem parecer trivialidades sem interesse, mas são medidas de conhecimento fundamentais para cada ser humano. Nem sempre é fácil reconhecer erros, descobrir fragilidades, aceitar frustrações, é um dado objectivo, numa análise toda ela subjectiva. A necessidade de ter amigos, de se saber admirado, de obter reconhecimento profissional, faz-nos mais falta que um aumento salarial, muitas vezes. E por vezes é tão difícil de quantificar, de qualificar ou de encontrar simplesmente.

Os mais próximos são muitas vezes os que têm um papel menos relevante, não nos escutam, acham que já nos conhecem profundamente, ignorando que podemos mudar, que certamente mudamos ao longo dos anos, pela experiência de vida, pelos erros, pelas frustrações, pela coragem ou falta dela. Ajuízam antes de tomar conhecimento, decidem antes de lhes ser solicitado, fazem e desfazem achando que o fazem em prol de nós que precisamos. Tudo errado!
Temos necessidade de ser escutados, e quem está aí para o fazer? E quando precisamos de cair num colo e ele desapareceu, simplesmente.
Ah! Pois é, a imagem que passou foi a de resistente, capaz de resolver a vida como se de uma penada só se tratasse. 
E a noite é tão longa e fria. E os dias são doridos, no corpo e na alma. 
tudo como estas manhãs geladas, onde brilha o sincelo que corta na alma como lâminas.
Mas sem amor, nada feito. E amar é tão pleno e tão repleto. Amar o filho, um gato, as flores, a casa, a mim mesmo, uma criança no colo da mãe, quando fechamos os olhos e sonhamos, quando na alternativa se encontra um amor platónico que nos preenche, quando é tão mais fácil amar do que fazer a guerra, quando é tão mais simples ser leal. 
Será que ainda há esperança para uma nova primavera...
Ainda há tanto para contar e tanto a aprender!
@Maça de junho







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