sábado, 31 de janeiro de 2015

Parle d'amour


Por vezes os presentes vêm embrulhados não em papel celofane, nem com um laço sedoso, de cor bonita e atraente. Não. Por vezes os presentes vêm sob formas diferentes. Um gesto de alguém desconhecido, uma palavra de um amigo, uma imagem que passa na televisão, uma criança que nos abraça, um dia que nasce repleto de sol e de magia (o que não será o caso de hoje, que se mostra bem enevoado, com aguaceiros e vento), uma leitura que fazemos e que nos parece dedicada. E são estes presentes que nos encantam, porque inesperados, porque são verdadeiros, porque preenchem exactamente o espaço que um presente deve ter. Assim aconteceu desta vez. Aquele Amigo tão especial, que me dedica tanto do seu tempo, que me critica sempre que entende que o deve fazer, que não me ouve quando acha que não é para me dar ouvidos, mas que sinto presente em muitos momentos da minha vida, que sei compreende bem a minha natureza "louca", escreveu palavras críticas e elogiosas ao meu trabalho: "Saiu-te ao correr da pena, espontâneo, cru, real, incarnado, nem sequer o releste e editaste."
Pronunciou-se sobre a afinidade que nos liga, sobre a cumplicidade que guardamos das coisas mais ou menos importantes da vida, e que faz desta, uma verdadeira amizade, sem necessidade de explicações nem de justificações: "...é assim que gosto de te ler, rugindo com um vulcão em plena erupção, dando expressão à tua incontida força interior através da força das palavras envoltas numa aura de cultura..."
Entre nós temos proibidos os agradecimentos e temos "acordado" a contenção e a reserva, mas hoje, tal como tu, não me consigo conter. Obrigada por permaneceres na minha vida.
 
@Maça de junho







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