segunda-feira, 29 de outubro de 2012
domingo, 28 de outubro de 2012
Sabores de outono
No verão nada disto acontece, tudo isto incomoda. Agora que já vivemos o outono e anoitece logo que a tarde cai, o cheiro do vinho novo, os sabores da cozinha, as compotas, a canela, as maçãs assadas, as castanhas ou simplesmente o aroma de um assado a sair do forno fazem as delícias do meu coração e do meu estomago.
Gosto da luminosidade do outono, o sol que cega de tão brilhante e dos dias enevoados a pedir mimos e ternuras, tal como eu sou, um furacão prestes a explodir mas que derrete como manteiga em lume brando ao menor esforço, fazendo-me sentir mimada, e por vezes pequenina e mesquinha.
E hoje, tal como na música do Sérgio Godinho passa-se na rua e vem-nos à memória uma frase batida, e quando se apagam memórias para viver o resto da tua vida e se sente o amargo da escolha e se faz um desafio e bebemos a coragem de um copo vazio, esperamos que nasça um novo dia e uma nova esperança.
E hoje, tal como na música do Sérgio Godinho passa-se na rua e vem-nos à memória uma frase batida, e quando se apagam memórias para viver o resto da tua vida e se sente o amargo da escolha e se faz um desafio e bebemos a coragem de um copo vazio, esperamos que nasça um novo dia e uma nova esperança.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
São
dois, poderiam ser doze, dois é um par, um par de meses
que parecem dois dias ou dois anos ou dois séculos
E
são dois, um par, duas pessoas que se amam
Dois,
que vêm o sol nascer em uníssono e brilhar só para eles
Um
par, a ver a lua, lá longe, branca e serena
No
meio da noite escura, a olhar para eles
E olham um para o outro através dela.
Contei-lhe
segredos que ela te revelou
E
a mim segredou-me muitos dos teus sonhos.
Assim
construímos os dias e tricotamos carícias
Em
fios de seda, nos quais envolvemos os sonhos
Que
rumam no barco do sonho e transpõem as águas calmas do rio em cada manhã que
nasce.
Vão
por mares de águas mágicas onde flutua a poesia
E
regressam ao cais quando o dia cai dentro da noite
domingo, 21 de outubro de 2012
Esperei por ti esta noite
Como todas as noites em que tu não vens,
E tu não vieste.
Pela janela via as folhas das árvores voar,
levadas pelo vento que as abrigava.
Eu tremia de frio e de medo,
a noite era escura, como escuro é o sono.
E tu não vieste.
Dormi a sonhar contigo
corrias ao meu encontro
e o teu coração sorria.
No céu de breu as nuvens escuras
protetoras e amantes
escondiam a lua branca e nua.
E tu não vieste.
Na cama, ao meu lado no branco dos lençóis
não sinto o teu calor nem a tua respiração me aquece
apenas o vazio do silêncio que me acompanha.
Vai amanhecer e o sonho termina
O sol brilhará triste e frio de outono
E tu não vieste.
Foto:Mafaldinha |
domingo, 14 de outubro de 2012
Um petisco para terminar o nosso domingo
Os dias mais frescos neste começo de outono pedem compotas doces, queijos curados, chás bem quentinhos e a mantinha que vive connosco no sofá e que disputamos entre nós e a gata, para ficarmos bem aconchegadinhos. Olho pela janela e vejo a chuva que veio dar um tom cinzento e triste ao dia que se queria iluminado e limpo para passeios pelas ruas semi desertas dos domingos no centro da cidade. Nestes dias gosto de ir para a cozinha e ao som de música inspiradora inventar sabores e cores, fazer comidas, saborosas e reconfortantes.Hoje assim foi, ao som dos Madredeus e na fonte inspiradora de Rodrigo Leão ouvi "As ilhas dos Açores" pois o dia apresentava-se com a bruma e a humidade tão caracteristicas destas lindas e luxuriantes ilhas verdes.Arregacei as mangas e comecei por enrolar numa tripa de vaca cozida uma fatia de presunto e um bife que pedi no talho fosse cortado pequeno e fino, depois de enrolado, atei com um fio. Eu uso fio de sapateiro com que as minhas avós atavam os enchidos depois da matança do porco por alturas do entrudo. Coloquei um tacho no lume com meia cebola picada e um dente de alho e duas colheres de azeite. Deixei amolecer e juntei os rolinhos, fiz três e reguei com um pouco de vinho branco. Deixei cozer lentamente, de tempero usei apenas uma pitada de sal e salsa picada. Quando estava quase cozinhado acrescentei uma mão cheia de cogumelos e de ervilhas, usei congelados, e achei o resultado maravilhoso. Servi com arroz manteiga. Amanhã repito a ementa ao almoço, no meu trabalho. Vai ser a curiosidade do mulherio!
Tripas aos molhos:
Tripa de vaca cozida cortada em forma de quadrado
1 bife cortado fino e mais pequeno que a tripa
1fatia de presunto ou uma de salpicão
meia cebola picada
1 dente de alho
sal e pimenta a gosto
meio copo de vinho branco
Foto: Mafaldinha |
Claro que uma viagem até à cozinha implica mais algum mimo e não poderia deixar de presentear o pequeno príncipe com umas bolachinhas que ele adora.
Palmiers (mini)
Massa folhada fresca (duas embalagens)
Açucar para polvilhar
Polvilha-se a massa folhada com açucar e enrola-se até meio e depois a outra metade em sentido contrário. Corta-se a massa em fatias da grossura de um dedo e coloca-se no tabuleiro do forno forrado com o papel vegetal que vem na embalagem e vai a cozer em forno pré-aquecido a 180º durante cerca de 10 minutos. São deliciosos e acompanham muito bem os lanches da pequenada.
Bom apetite!
Foto: Mafaldinha |
sábado, 13 de outubro de 2012
To Rome With Love
Ir ao cinema, é ter companhia. O filme mesmo quando fraquinho, como neste caso, enche-me o espírito. Não sou critica de cinema, ninguém me paga para eu dizer bem ou mal, sou eu quem compra o bilhete de entrada, então posso escrever o que me vai na alma, sem preconceito. Já vi filmes geniais realizados pelo Woody Allen, este é normal, não tem grande história, são pequenas histórias, quatro histórias passadas em Roma e que não se cruzam entre elas, carregadas de ironia e grandes planos de uma cidade onde apetece ficar, para a qual apetece ir, na qual apetece ser feliz. Do filme tirei uma grande lição: por vezes sentimos-nos miseráveis e isso acontece quer quando somos uma grande celebridade ou quando somos explorados e utilizados para dar vida a um plano calculista. Mas a sê-lo aproveitemos então a fama! Também me permitiu refletir sobre as escolhas que fazemos e que apenas se tornam claras diante de nós com o decorrer do tempo . Alem do argumento escrito e realizado por si, ver Woody Allen como ator, para mim justifica todo o filme e é suficiente para me levar até ao cinema mais próximo ou mais distante. É irresistível ver aquele homem, pequeno, nada bonito, míope, já bastante careca, mas com um sentido de humor que não envelhece e com uma inteligência que transparece sempre em cada cena onde aparece e nos diálogos que trava. Nestes momentos o filme torna-se genial.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Tarte de maçã
Ingredientes
1 base de massa quebrada (pode usar-se massa folhada)
5 maças reinetas (as que usei eram caseiras e bastante ácidas, pelo que não roubei no peso do açucar)
2 colheres de sopa de água
250 gr açucar
3 gemas
50 gr de margarina
canela para polvilhar, q.b.
Forre uma forma de tarte com papel vegetal (eu usei o papel que vem a embrulhar massa fresca). Coloque a massa e preencha com a maçã cortada em fatias finas. polvilhe com canela e reserve. Num tachinho leve ao lume a água, o açucar e a manteiga até derreter. Retire do lume deixe arrefecer e dissolva as gemas previamente batidas, mexendo bem para não cozerem.
Deite o preparado por cima da tarte e leve ao forno pré-aquecido a 170º até estar cozida e douradinha.
Esta cozeu em cerca de 35 minutos e ficou muito aromatizada e cremosa.
Bom apetite!
1 base de massa quebrada (pode usar-se massa folhada)
5 maças reinetas (as que usei eram caseiras e bastante ácidas, pelo que não roubei no peso do açucar)
2 colheres de sopa de água
250 gr açucar
3 gemas
50 gr de margarina
canela para polvilhar, q.b.
Forre uma forma de tarte com papel vegetal (eu usei o papel que vem a embrulhar massa fresca). Coloque a massa e preencha com a maçã cortada em fatias finas. polvilhe com canela e reserve. Num tachinho leve ao lume a água, o açucar e a manteiga até derreter. Retire do lume deixe arrefecer e dissolva as gemas previamente batidas, mexendo bem para não cozerem.
Deite o preparado por cima da tarte e leve ao forno pré-aquecido a 170º até estar cozida e douradinha.
Esta cozeu em cerca de 35 minutos e ficou muito aromatizada e cremosa.
Bom apetite!
Fotos: Mafaldinha |
Hoje não quero estar infeliz e deixar para amanhã
Amanhã é futuro e desconhecido
Vai bem com incertezas e quebras de rotina
Hoje apenas quero rir contigo e sorrir para ti
Por isso fica ao meu lado
Não voes para longe como as borboletas vaidosas
Essas são bonitas e sabem-no e não pousam junto de mim
E neste lago os nenúfares flutuam a olhar o céu
E o céu protege-me e abriga-me, mas tu não flutuas
Quando tudo pára, fica o silêncio e faz-me companhia
E seca as minhas lágrimas, e eu continuo com frio.
No meu coração nasceu uma pérola
Não a encontro, se a perdi nem sei onde
Vê nos nenúfares, onde fica vazio
É um vazio que chora.
Agora não quero ser infeliz e recomeço sem lágrimas
Mas continuo só, como as pérolas no viveiro
Um dia houve que era feliz,
Sei lá
Nem eu me lembro.
Amanhã é futuro e desconhecido
Vai bem com incertezas e quebras de rotina
Hoje apenas quero rir contigo e sorrir para ti
Por isso fica ao meu lado
Não voes para longe como as borboletas vaidosas
Essas são bonitas e sabem-no e não pousam junto de mim
E neste lago os nenúfares flutuam a olhar o céu
E o céu protege-me e abriga-me, mas tu não flutuas
Quando tudo pára, fica o silêncio e faz-me companhia
E seca as minhas lágrimas, e eu continuo com frio.
No meu coração nasceu uma pérola
Não a encontro, se a perdi nem sei onde
Vê nos nenúfares, onde fica vazio
É um vazio que chora.
Agora não quero ser infeliz e recomeço sem lágrimas
Mas continuo só, como as pérolas no viveiro
Um dia houve que era feliz,
Sei lá
Nem eu me lembro.
domingo, 7 de outubro de 2012
Bolo de limão
O dia era de outono, mas o calor do sol era de verão e a despedida dos dias de calor e aventura ao ar livre na aldeia estão a terminar. A próxima visita já implicará um agasalho para as noites e uma roupa de mangas compridas e quentinha durante os dias. Este lanche, revestia pois alguma solenidade e como os comensais são gulosos, enquanto tratei do almoço ia pensando na mesa do lanche! Com o pão de favaios fresquinho, o queijo amanteigado comprado na queijaria da banca da feira e uma salpicão bem caseiro. Finalizar com uma fatia de bolo seria o supremo brinde de um dia extenuante de trabalhos agrícolas. O tempo era curto e por isso lembrei-me de uma base de bolo que embora nunca tivesse utilizado parecia dar um resultado agradável. Utilizei a base de bolo de limão do Lidl a que juntei 3 ovos das galinhas da tia Joana e um pacote de natas de 200 ml. Mexi tudo muito bem e depois com a varinha de arames bati por mais cerca de 3 minutos. Forrei com papel vegetal uma forma de tarte de 26 cm de diâmetro e levei a cozer em forno pré-aquecido, durante 45 minutos a 160º. Ficou muito fofo e de paladar muito agradável e fez as honras de uma merenda de vindima da casa da avó.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Quando o outono chegar
No outono dos dias incertos sonho com a primavera e com o verde dos campos e com o murmurar das fontes. Lembro que o vento pinta as folhas das árvores com as cores dos teus olhos, o castanho doce. E atapeta o chão dos jardins e dos passeios com a cor de mel das nozes e das amêndoas misturada com a cor do açafrão profundo, e da ameixa e do vinho tinto, como se de um coração sofrido saltasse. São um tapete almofadado que range debaixo dos nossos passos. Gosto de caminhar pela rua, sozinha, com a brisa da manhã no rosto e sentir o calor do sol timido e suave, que me lembra o toque da tua mão no meu rosto afogueado de medo e desejo. Observo que os pássaros já não cantam nos beirais e esvoaçam por entre as nuvens coloridas, que acordam estremunhadas de mais uma noite de alvorada, rasgada de sonhos, de silêncios e de nada. Se ao menos na tua tela tivesses estes tons quentes para pintarmos o nosso mundo, poderíamos ser felizes ao som de uma harpa enamorada e deixar o vento pintar de outono o meu jardim na poesia de um momento. Não deixes o outono entrar, fica apenas tu e repousa no meu olhar.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Quando a lua enche o céu
Com a sua cor branca de luz suave
Penso em ti.
Como tu a olhas e a vês refletida nas águas calmas desse rio
que corre manso para a imensidão do mar
Penso em ti, no teu rosto cansado de fim de dia
Procurando por entre as montanhas, uma fada
sentada, lançando estrelinhas na escuridão do céu.
A fada não vem, nem vem a sereia banhar-se nas águas.
E vejo no olhar meigo que te acompanha
uma chama de amor como que a brindá-la
no alto do seu esplendor
E sinto ciúme
Sem dor
Apenas a dor da saudade
Com a sua cor branca de luz suave
Penso em ti.
Como tu a olhas e a vês refletida nas águas calmas desse rio
que corre manso para a imensidão do mar
Penso em ti, no teu rosto cansado de fim de dia
Procurando por entre as montanhas, uma fada
sentada, lançando estrelinhas na escuridão do céu.
A fada não vem, nem vem a sereia banhar-se nas águas.
E vejo no olhar meigo que te acompanha
uma chama de amor como que a brindá-la
no alto do seu esplendor
E sinto ciúme
Sem dor
Apenas a dor da saudade
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