Vem no Le Monde de 30 de Maio o artigo que me levou a refletir sobre este estado de coisas e sobre a forma como a comunicação é feita entre a política e os cidadãos. Cidadão a cada dia mais ausentes da decisão política, pelo egoísmo dos próprios políticos, pela incapacidade que têm em motivar o seu eleitorado, em renová-lo, tudo porque baseado em discursos mentirosos, falhados, já testados e sem coerência na vida pública. Já não há Estadistas, diz com alguma frequência um amigo, e com razão, talvez. Cada vez mais se constata que são políticos que se servem da causa publica e não ao serviço dela. NAs palavras de outra amiga, são mesmo incompetentes. Eu cá por mim ainda duvido, se o problema está na forma gasta ou no conteúdo vazio, oco de projectos, de ideias, de capacidade inovadora e de criatividade. O pior de tudo é quando o nacionalismo invade o espaço político desta forma, aproveitando as falhas e sabendo bem a forma de como interagir com as pequenas comunidades e aos poucos interagindo e ganhando o seu espaço e a sua base de apoio.
Normalmente nos grupos jovens, com elevada instrução, mas politicamente analfabetos, são jovens sem emprego, sem perspectivas de futuro e sem partidos "democráticos" que lhes apresentem soluções.Há três sintomas presentes no nacionalismo:
1 A inveja dos outros, que rapidamente leva ao ódio, e esta inveja nasce do exito económico e profissional daqueles que conseguem superar, e é conseguida por meia duzia de frases sonantes, e sem conteúdo, mas que permite inflamar ódios latentes.
Um exemplo rápido são os funcionários públicos, com trabalho, remuneração acima da média, prestigio, regalias, etc...uns protegidos da lei.
2 a ignorância política e da organização do sistema político, abre caminho a criar nestes grupos uma visão anarquista/nacionalista e o endeusamento daqueles que lhes chegam ao ouvido com palavras de ordem, facilmente gritadas e apreendidas.
3 Os medos e as incertezas económicas levam ao nacionalismo económico, uma bandeira deos tempos e crise, com o argumento da proteção ao que é nosso, caindo por terra o conceito da globalização e da abertura dos mercados. E isto até o Sr. Sarkozy se fartou de apregoar nas ultimas legislativas.
Criando um reduto de pólvora, depois basta deixá-la fazer o seu caminho...
E em queda o liberalismo de Marshall, e "os amanhãs que cantam" da desregulamentação dos mercados, e do mítico bem estar colectivo das políticas de Keynes, acaba por ser um "pasto" atraente para as teorias nacionalistas e de protecionismo.
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