domingo, 11 de novembro de 2012

Observo as águas aparentemente calmas deste rio que escondem turbilhões e rápidos, e num doce avançar desliza em direção ao mar. Tal como estas águas cinzentas e prateadas te vão encontrar lá longe, assim o meu pensamento vagueia na distância ao teu encontro.
Este rio que transpõe obstáculos e se espraia ao chegar à foz é o mesmo que por aí abaixo espartilhado entre serras e penedos intransponíveis, mas contornáveis, cresce e torna-se imenso e uma imensidão de água. Assim é muitas vezes com a vida e com o que dela se faz.
As nuvens cinzentas recortam o céu azul intenso e refletem-se nas águas do rio mirando-se no espelho. Na berma a colónia de patos brinca, os pequenos barcos ancorados decoram a paisagem no seu baloiçar dolente. Por vezes cruzam as águas as canoas da escola de remo e os risos e as conversas dos atletas, todos eles bem jovens misturam-se com o grasnar dos patos. Tudo parece calmo, aparentemente calmo, apenas em mim sinto o fervilhar de sentimentos que me custa a compreender. Queria estar feliz e não estou. Queria estar serena e também não estou. Queria ser sensata e não sei se o sou. Queria apreciar a beleza do local e não consigo e queria respirar este ar fresco e reconfortante e não me apetece. Apeteceu apenas tirar fotografias. Tem dias!










Fotos Mafaldinha

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