sexta-feira, 14 de junho de 2013

Doença

Deixa-me sonhar nem que seja agora
Nem que amanhã acorde desiludida do mundo
deixa-me delirar
Aproveitando os graus febris do meu corpo
que teimam em permanecer
Não quero antibiótico se puder prolongar o prazer
E sonhar com os teus cuidados prazerosos
Sim esses que deixamos esquecidos
Num percurso surpreendente que se perdeu
porque a vida seguia e deixei de a encontrar
Agora o corpo dói, dói muito não sei se de amor se de doença
O médico diz que é doença, mas que sabe ele de amor?
E os remédios não curam o coração
Nem dão à vida a sabedoria doce e terna que guardo em mim
Mantenho os olhos fechados
E não vejo esta porção de alma renascer
morrerá à míngua de afeto
E a febre desaparecerá e o cansaço libertar-se-à
para dar lugar a mais trabalho, a mais sonhos e a mais tristeza
reflexo de um espelho partido
onde não te encontro
nem as contas escuras de teus olhos
se acendem na escuridão da noite
Foto:internet




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